terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
EDIÇÃO 2
- C... co.. como é...poss...possível ?
Me olhava espantado enquanto mais lágrimas rolavam. Uma paciente em estado de coma estava chorando!
Ele não sabia o que fazer, falar, dizer, pensar. Apenas olhava espantado para tudo aquilo, relutante em acreditar que tudo aquilo fosse possível. Tremia. Aquilo era surreal.
Nesse momento, Bia chegou ao hospital. Teve uma certa dificuldade pra entrar devido ao número de fãs que se encontravam ali na porta e se viu tremendo, ao constatar que ele realmente estava ali. Como estava todos os dias comigo, já era conhecida dos seguranças que liberam sua entrada. Entrou correndo e avistou a enfermeira que a havia ligado na portaria, conversando com a recepcionista. Correu até ela, perguntando nervosa e entre lágrimas, onde estava o Luan.
- Bom, ele estava com as crianças vítimas de câncer, mas pelo o que eu ouvi dizer, já se despediu delas a algum tempo e não está mais lá. Não sei se ainda está no hospital, mas se quer descobrir, é bom ser rápida.
Saiu correndo sem dizer nada. Pegou o elevador e apertou o número do andar onde ele provavelmente estaria, ignorando as pessoas que estavam dentro do elevador. Sabia bem onde era a ala das crianças com câncer, pois já havia visitado-as algumas vezes.
Assim que as portas se abriram correu até a sala onde o Luan estava com as crianças. Fatigada e ofegante. Uma enfermeira então lhe disse que o Luan já não estava mais lá. Ela nem sequer o que a enfermeira terminava de dizer e saiu correndo mais uma vez pelo corredor, virou um corredor e então viu um grupo de pessoas com uma camisetas que tinham o logo dele. “ Luan Santana “. Então, ele ainda estaria lá , provavelmente.
As pessoas da produção do Luan, ao ver a reação dele ao me ver, mesmo sem entenderem nada e sem saberem que eu era, acharam melhor não incomodá-lo e deixá-lo fazer o que pretendia.
Bia então achou que seria melhor, muito rapidamente, me avisar que estava indo atrás dele. Corria o mais rápido que podia. Bateu as mãos com força na porta do meu quarto, para que ela abrisse logo. Sabia que era contra as regras correr no hospital ou mesmo fazer barulho, mas era uma situação de emergência e não tempo para limites agora. Entrou feito um furacão gritando ofegante entre soluços :
- O Luan tá aqui no hosp...
Mas emudeceu imediatamente. Tanto, que chegou a perder o ar para respirar também. Ao entrar e começar a gritar isso ela o viu do meu lado. Assustado com a reação dela de entrar tão abruptamente, ele se virou imediatamente para ver o que estava acontecendo e ficaram a se encarar. Ela não conseguia se mexer e nem pensar em nada. Estava paralisada e apenas viu um oceano de lágrimas transbordando por seus olhos. Sentiu seu coração quase parando de bater e tamanho o susto, que estava completamente de boca aberta, olhando para ele.
Tentava falar, mas não se lembrava como fazer isso. Estava completamente esquecida de tudo. De repente, ele estava ali. Tão perto. Ela que estava disposta a dar sua própria vida para que ele soubesse de mim, o via agora ali do meu lado e com o rosto cheio de lágrimas. A vida gostava mesmo de pregar peças nas pessoas.
- L..L..u... Lu...L...u... Lu...Lua...Lu...Luan !
Conseguiu enfim dizer essas palavras. Tinha muito para falar, mas precisaria se recompor primeiro. Não tinha condições de dizer nada agora. Acreditava tanto no meu sonho, que ele passou a ser o sonho dela própria. Fechou os olhos e respirou fundo, correu então na direção dele e o envolveu em um abraço apertado. Ele não sabia quem ela era e nem por quê estava ali, mas se deixou abraçar e a abraçou também, porque precisava muito de um abraço, depois de tudo o que estava vivenciando ali. Ficaram ambos a chorar, molhando as camisetas um do outro e apertando ainda mais o abraço. Ela por fim, foi soltando-o aos poucos. Precisava tentar falar, antes que o tirassem dali. Entre lágrimas e se esforçando para a voz sair, perguntou :
- Voc... você leu a... minha carta ? L...leu ?
- Carta ? Mas ... mas que carta ?
- Voc... você não leu ?
- Eu não sei...
- A carta... carta... a carta... onde eu fal.... falava de...dela... do que tinha acontecido.
- Eu...eu não li ...
- Nã... não?
- Não.
- Então... então... por quê está.. por quê está aqui ? Com... como você soube ?
Ela encarava-o esperando a resposta. Ele então se virou e me olhou, enquanto pensava em como poderia explicar como ele havia chegado até mim.
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QUINTA-FEIRA, 5 DE JANEIRO DE 2012
Capítulo 19
E foi então que passou por sua mente que este encontro não havia acontecido. Ele se lembraria dela, certamente. Mas tinha toda a certeza de jamais tê-la visto antes. Olhou então para a cópia das minhas palavras e viu, acima do que eu havia escrito, a data.
Sentiu seu coração apertado. Ela não era apenas uma garota qualquer, era alguém que mantinha por ele um sentimento perfeito e acima de todas as barreiras e limites imagináveis. Ela o conhecia bem, enquanto ele não sabia sequer quem ela era.
Mas o amor é um sentimento que não exige nada. Não é preciso saber o nome, o endereço, a idade, a classe social e outras milhares de coisas que fazem parte da normal apresentação que a sociedade exige. Não é preciso saber nada daquela pessoa e nem mesmo o que move seu coração. Não é preciso conhecê-la, não é preciso conviver. Nada disso é preciso. E tudo isso pode ser facilmente dispensado, porque o mais importante você já sabe. Você olha bem para aquela pessoa e é capaz de descobrir a única coisa que precisa saber : “ É ela. “
Olhou para o lado devagar, para me ver novamente e viu ao lado de minha cama , minha ficha.
Mesmo querendo saber tudo sobre mim e quem eu realmente era, teve medo de pegá-la. Estava nervoso e o que havia acabado de ler, havia mexido profundamente com seu coração. Mesmo receoso, deduziu que seria melhor saber mais de mim e pegou a ficha.
Leu meu nome e repetiu-o baixinho, para gravá-lo para sempre, embora soubesse que não seria capaz de esquecê-lo.
Ao percorrer a ficha, seus olhos viram então a data da internação. Seu coração quase parou quando ele constatou que era exatamente o dia em que eu havia escrito aquelas palavras da folha de um diário. Olhou novamente para a folha colada na parede, para conferir e teve a absoluta certeza. Sentiu um aperto ainda maior ao constatar que logicamente eu nem sequer tinha conseguido ir atrás do meu sonho. Ou pior : poderia ter acontecido quando eu estava no local. Mordeu o lábio e respirou fundo. Não podia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo.
- Ela não foi ...
Não pode conter mais uma lágrima que insistia em cair. Passou a mão pelo rosto e procurava uma maneira de diminuir a angústia que o sufocava impiedosamente. Ao voltar os olhos para a ficha, seus olhos bateram imediatamente em uma palavra que sugeria o diagnóstico e meu estado.
Aquela única palavra foi um choque pra ele. Seu coração disparou e bateu forte, quase machucando-o. Sentiu suas mãos tremerem ainda mais e agora, já não era apenas uma lágrima que escorria, mas milhares.
- Coma ?
Foi o que ele se perguntou ao ler o diagnóstico. Não podia ser. Ele enfim descobria que eu existia, mas me encontrava quase que totalmente incapaz. Por mais que a esperança sempre afaste esse tipo de pensamento, no fundo , todas as pessoas sabem que o coma é uma quase morte.
Agora entendia porque eu não havia acordado e nem notado a presença. Eu não podia.
Ele então se virou devagar, nervoso para me olhar mais uma vez e ao ficar de frente para mim teve uma surpresa que quase o tirou do ar.
Ele então viu rosto molhado por uma lágrima que escorria do lado direito. Era muitas emoções simultâneas para apenas um coração. Pasmo, se aproximou devagar e boquiaberto para se certificar de que aquilo estava mesmo acontecendo.
Mais lágrimas rolaram pelo seu rosto quando enfim, caiu a ficha do que ele estava presenciando. Uma pessoa em coma, tendo uma reação. E diferentemente da clássica maneira de apertar as mãos de alguém, eu estava chorando.
Me olhando espantado se aproximou um pouco mais e tampando a boca em sinal de surpresa, apenas disse balbuciando :
- Você está chorando...chorando ..
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QUARTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 2012
Capítulo 18
Dedicado á minha linda Josiane Heloise.
NP – Someone Like You ( Adele )
Ele continuou parado, apenas olhando. O mundo inteiro desapareceu e ele já não reparava na presença de nada que estivesse ao seu redor. Apenas a fitava, emocionado e incrédulo. Era mesmo ela. Como podia ser ?
A vida ás vezes é bem ingrata, mas o Destino, apoiado por Deus, se encarrega de reparar as peças que ela nos prega, nos fazendo trilhar estradas que nos levam onde nossa existência sempre procura estar : rumo á felicidade. Porém, o destino sempre tem uma conseqüência. Conseqüência essa, conhecida pelo humanos nada mais, nada menos do que como amor.
Seu coração batia rápido e sua pulsação acelerou. Jamais imaginou que um dia a encontraria, nem mesmo sabia se ela existia realmente ou se era uma fantasia de seus sonhos. Jamais imaginou um dia está tão perto daquela garota que misteriosamente invadia seus sonhos.
- Luan. Nós temos que ir.
A voz da assessora tirou um pouco de sua atenção. Ele idolatrava o que via sem se preocupar o resto do mundo. Ele a olhou com os olhos cheios de lágrimas e apenas repetiu a frase que já havia dito.
- É ela !
Sem pestanejar, ele abriu a porta e entrou rápido, porém, fechando-a devagar. Ele então ficou parado para ter mesmo a certeza de que tudo aquilo estava acontecendo. Que não era mais um sonho, uma miragem ou coisa parecida. Era mesmo ela. Ali, diante dele.
Aproximou-se muito lentamente, tentando, em vão, controlar a emoção. Suas mãos suavam frio, seus lábios tremiam, seus pés moviam-se devagar e seu coração... bem, nem ele mesmo sabia o que se passava em seu coração naquele momento.
- É você mesma. É você ... – sussurrou ele.
Aproxima-se a passos curtos e cautelosos e enfim chegou á minha cama e enfim pôde olhar diretamente meu rosto. Me encarava admirado e perplexo, cheio de perguntas e completamente confuso.
- Oi . – sussurrou ele.
Esperou algum resposta, mas não a teve. E então repetiu seu cumprimento:
- Oi ...
Mesmo sem obter resposta alguma, resolveu continuar a falar :
- O que foi que aconteceu com você ?
Mas o silêncio foi sua única resposta. Ainda mais devagar, permitiu-se devagar aproximar suas mãos de mim e tocar meus cabelos. Mexia nele devagar , tinha medo de me tocar , tinha medo de que subitamente tudo evaporasse e deixar de ser real , tinha medo de tudo ser uma ilusão e desaparecesse. Mexeu vagarosamente com eles e esperou , que talvez com esse gesto eu pudesse acordar, mas não.
Não sabia o que pensar, mas talvez acreditasse que tínhamos uma ligação e mesmo dormindo, eu poderia ouvi-lo. E talvez pudesse.
Existe uma ligação celestial entre o ídolo e a fã , constantemente monitorada por Deus. Mesmo que ele cante entre um milhão de pessoas, ela é capaz de distinguir perfeitamente sua voz. Ele não pode dizer nada, mas dentro do seu olhar, ela lê as mais lindas palavras que alguma pessoa poderia dizer. Ele pode estar a milhares de quilômetros de distância, mas ela pode ouvi-lo quando fecha os olhos. Uma tempestade pode estar caindo, mas a voz dele a acalmará , como se Anjos estivessem embalando-a no colo. Ele pode dizer algo para todos, mas o coração dela a fará crer que ele lhe direcionou exclusivamente aquelas palavras. Ele pode estar rouco, que sua voz será a mais bela de todo o universo. Ele pode gritar, e vai ser como se estivesse sussurrando nos ouvidos dela. Pode cantar qualquer canção, e em todas as frases que cantar, ela ouvirá apenas uma : “ Eu também amo você!”
Levou suas mãos até as minhas e receoso tomou uma delas e a apertou. Acariciou lentamente cada um dos meus dedos enquanto continuava a me olhar com os olhos marejados.
- Eu não posso acreditar que encontrei você. A garota dos meus sonhos. Por que eu sonhava com você ? Por que me pedia socorro ? Eu não imaginava que você existisse realmente. Eu não acredito ainda que encontrei você.
Ele fechou os olhos e apertou ainda mais forte minhas mãos.
- Foi estranho sonhar com você. Eu gostava de ver você, mas ao mesmo tempo sua angústia me desesperava. Eu nunca vi você, eu sei. Então como é que sua imagem foi parar bem nos meus sonhos ?
Com os olhos ainda fechados, relembrou os sonhos e reviveu toda a angústia que sentia ao tê-los. Respirou fundo e se concentrou nas milhares de teorias que criava para decifrar o motivo de sonhar tanto com aquilo.
Abriu novamente os olhos e olhou atentamente para mim :
- Eu queria tanto ouvir sua voz ....
Fechou novamente os olhos na esperança de conter as lágrimas e ao abri-los novamente foi que ficava atrás de mim. Viu então milhares de fotos suas coladas na parede, de todos os tipos, jeitos e tamanhos , espalhadas aleatoriamente. Sentiu seus batimentos falharem e um nó lhe travou a garganta.
Soltando minha mão devagar se aproximou da parede para vê-la melhor. Correu os olhos pelas fotos dele e notou então, duas folhas coladas lado a lado. Uma delas , uma cópia da a carta misteriosa que eu havia recebido e a outra , a folha do meu diário que havia sido escrita horas antes do acidente.
Nervoso e sentindo todos os seus nervos saltarem enquanto seu coração batia desordenadamente ele leu cada uma delas devagar. E ainda mais devagar, as minhas palavras.
Fechou os olhos por um tempo e foi inevitável que uma lágrima rolasse.
“Imaginar que talvez eu possa tocá-lo me faz perder o ar e me sinto flutuando içada por Anjos. Ele é o que me faz feliz. Mesmo que o mundo desabe a voz dele sempre será o meu escudo e antídoto contra qualquer tristeza ou desejo de desistir. “
Ao reler essa parte, se deu conta de algo e viu mais sentimento nessas palavras do que todos os “ Eu te Amo “ que havia visto em todos os seus anos de existência e, emocionado disse para isso mesmo:
- Ela me amava. Ela me amava...
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TERÇA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2012
Capítulo 17
- Sabe o que eu pedi de presente de Natal pro Papai Noel ?
- Não. O que foi ?
- Foram duas coisas.
- E quais foram ?
- Pra que ele cuidae muito bem de você e que te de um presente bem bonito, porque você é um menino bonzinho e que ajuda a gente na recuperação, mesmo de longe. E pedi também pra que todas as crianças que estão dontes, fiquem boas pra poder ir no seu show.
- É mesmo ?
- Aham.
- Pois eu acho que como você foi muito boazinha, além disso o Papai Noel vai te trazer um presente lindo. Porque você merece viu ? E obrigado por ter se lembrado de mim no seu pedido lindona.
- De nada. É o que eu quero que aconteça.
- Bom, então eu acho que eu poderia cantar uma música pra você em retribuição. Você quer ?
- Eu quero !
Essa foi a conversa que ele teve com uma paciente de 5 anos que veio sentar em seu colo e lhe entregar um desenho muito colorido. Ele ficou emocionado com a atitude daquele garotinha tão jovem, mas ao mesmo tempo, com generosidade de sobra. Ele cantou para ele e para todas as crianças que ali estavam e que ouviam encantadas, mas acima de tudo, felizes por estar tão perto dele.
Chamou todos os garotos para dançarem com ele e serem os “ Negos “ e fez de todas as meninas, uma a uma, suas Garotas - Chocolates.
Enquanto isso Bia sequer ouvia o que a a enfermeira continuava a dizer. Estava paralisada. Num ato súbito saiu correndo e foi para um rua. Atravessava em frente aos carros, á procura de um táxi, para ir imediatamente para o hospital.
O Luan já estava a um bom tempo no hospital. Sua assessora então se aproximou dele e lhe disse :
- Luan , já está na hora de ir. Eu vou chegar o esquema pra você sair do hospital, enquanto isso você se despede das crianças. Ok ?
Ela foi chegar se estava tudo pronto pro Luan ir e enquanto isso , ele cantou mais algumas músicas para elas e se despediu, abraçando uma a uma todas as crianças e prometendo voltar qualquer dia.
Sua assessora porém, voltou lhe dizendo que a porta do hospital estava completamente tomada por fãs, curiosos e jornalistas. Era um verdadeiro exército á espera de Luan e era praticamente impossível passar. O hospital estava completamente cercado, até mesmo as portas por onde ele havia entrado.
- Luan , nós teremos que sair pela entrada dos funcionários. Tem algumas pessoas lá também, mas é mais fácil , porque são poucos. Vamos.
E eles então foram com um esquema de segurança bem organizado. Luan sairia pela entrada restrita aos funcionários do hospital. Havia algumas pessoas naquela entrada, mas um número razoável, o que facilitaria as coisas. No mais, tudo teria de ser rápido demais, antes que toda a multidão chegasse também ali.
- Como o hospital está muito cheio e movimento por causa da sua presença Luan , teremos que ir pela ala por onde ficam os pacientes de casos especiais. Vamos lá.
O hospital estava movimentando e bagunçado. A presença do Luan mexia com todos ali. Muitos parentes dos pacientes, dos funcionários e demais pessoas tiveram acesso á entrada e por isso a movimentação era intensa. Teriam que passar pelos quartos para chegar até a saída.
Foram todos caminhando rápido. O Luan, a equipe, seu segurança pessoal e alguns seguranças do hospital. O carro já esperava lá fora, estava tudo pronto pra partida dele.
Quando chegaram á essa ala de quartos e começaram a atravessá-la , o Luan sentiu um aperto ao ver aquelas pessoas em situação tão deprimente. Ele as via pelo vidro que ficava na parede de cada quarto, para que aqueles que não pudessem entrar, pudessem ao menos ver o interno. O vidro tomava toda a parede e por isso ele podia ver com clareza cada uma das pessoas.
Ele olhava com o coração na mão, enquanto pedia a Deus para que ajudasse cada uma daquelas pessoas e o livrasse de um dia viver aquilo. Ia olhando cada pessoa a cada quarto que passava em frente.
E então, por uma obra do destino , que ele a viu. Ele olhava para cada uma das pessoas e por fim passava em frente ao quarto dela. E foi como se o mundo todo parasse nesse momento. Como mágica. Como se até mesmo o sol, a lua e a estrelas tivessem se paralisado para assistir àquele encontro. E como se o mundo ao redor, subitamente evaporasse.
Ele olhava sem muita atenção quando seus olhos a avistaram do outro lado do vidro. Dormindo profundamente. Ele quase chegou a virar a cabeça, mas olhou novamente e parou estático e petrificado diante do que viu. Sentiu seu corpo enrijecer e suas mãos tremeram. Seu coração disparou e sua boca ficou seca. Ele se aproximou do vidro incrédulo e bem devagar, como se tivesse medo de tocá-lo. Seus olhos imediatamente marejaram e ele tocou o vidro devagar com as mãos trêmulas e passou a mão por ele, como se estivesse tocando a própria garota.
Sem saber o que fazer, falar , pensar ele apenas ficou olhando-a, com o coração em chamas e com a mente confusa. Não sabia o que estava acontecendo e nem mesmo estava acreditando no que seus olhos viam.
Só foi capaz de dizer uma única frase enquanto a observava paralisado:
- É ela. É ela....
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SEGUNDA-FEIRA, 2 DE JANEIRO DE 2012
Capítulo 16
E em uma manhã linda e quente, o Luan se preparava com a equipe para visitar mais um orfanato e fazer a alegria de milhares de crianças.
Bia veio falar comigo sobre a nova visita dele e sobre sua atitude maravilhosa.
- Você não vai acreditar ! Ah meu Deus, estou quase pirando. Adivinha só onde o Luan vai hoje! Ah , você não vai acreditar.Ele vai visitar um orfanato. Ah , não é qualquer orfanato. É em um cidade muito perto daqui. Aqui do lado, você sabe onde é. É lá. Dá pra acreditar ? Quantas vezes a gente já foi até lá ? Ele vai estar lá. Eu queria muito , muito ir até lá. Eu daria qualquer coisa pra poder te tirar daqui e te levar até lá, pra vê-lo. É uma pena que eu não possa te seqüestrar, porque... eu te levaria no colo até onde ele está. Somente pra que seu sonho tivesse continuidade. Ele vai estar lá, eu queria até lá e quem sabe , dar um jeito de contar pra ele, falar, qualquer coisa, mas... não dá pra ir. E... ninguém vai poder entrar no Orfanato, eu .. não vou conseguir falar com ele de qualquer maneira. Ah meu Deus ele está lá. Tão perto. Tão perto. Como eu qureia fazer alguma coisa , te levar até lá, que ele soubesse de você.
Ela então, com os olhos marejados, se deitou do meu lado e me abraçou.
- A gente ainda vai conseguir. Eu te prometo. Eu prometo.
Alguns minutos depois, Bia foi para casa. Tinha que ajudar a mãe em algumas coisas e prometeu voltar mais tarde.
A caminho do Orfanato, o Luan estava pensativo. O mesmo assunto de sempre dominava seus pensamentos : quem era aquela garota dos sonhos e por quê ele sonhava com ela ?
- O que foi Luan ? Você tá calado – foi a pergunta da assessora.
- Eu sonhei com ela de novo. Mais uma vez. Exatamente igual. Me implorando socorro...
- Quem será essa garota, Luan ?
- Eu daria qualquer coisa pra saber.
De fato, havia acontecido mais uma vez durante a noite. Quando veio ver os pacientes de todos os quartos, a enfermeira me viu chorando e novamente foi chamar o médico.
- Isso não pode ser possível. Estou começando a achar que tem algo por trás disso.
- Só pode ser milagre doutor. Só pode.
Eu estava chorando mais uma vez. Novamente, mesmo àquela hora, colheram material para novos exames, embora já imaginassem que assim como os outros, estariam normais. Não sabiam o que fazer diante do meu caso. E meu médico já não sabia o que dizer para os milhares de jornalistas que lhe ligavam pedindo informações sobre o meu caso. Ele não podia dizer nada e já não sabia o que fazer com a insistência deles. E após ver isso acontecendo mais uma vez, comentou com a enfermeira que conversaria com meus pais a respeito de convocar ume equipe de cientistas americanos para investigar o que acontecia comigo. Eu era um caso muito especial. Eu já havia chorado muitas vezes, mas não dava nenhum sinal de que acordaria.
De manhã tanto ele quanto a enfermeira foram para casa, depois do plantão e acabaram não encontrando ninguém da minha família e nem Bia para lhes contar sobre o que havia acontecido.
Na van, Luan estava perdido em pensamentos quando sua assessora recebeu um telefonema. Era a responsável pelo Orfanato dizendo que infelizmente teriam que adiar a visita dele. Algumas crianças haviam acordado doentes, o que levantou a suspeita de uma virose contagiosa. E por isso era melhor que eles remarcassem a visita. Pediu ainda desculpas por ter ligado tão assim em cima da hora. A assessora disse que estava tudo bem e que imprevistos aconteciam. Depois, assim que ele tivesse uma brecha na agenda, remarcariam.
O dia havia sido reservado para aquela visita e já estando no meio do caminho, resolveram procurar um outro lugar para fazer a visita. A assessora fez então algumas ligações e anunciou:
- Luan, como a visita do Orfanato teve que ser cancelada, a gente vai até um hospital tudo bem? Onde tem algumas crianças com câncer internadas.
- Por mim tudo bem .
Em alguns minutos, eles finalmente chegaram ao hospital. O Luan desceu da Van e entraria pela Entrada de Emergência, sem que as pessoas o vissem , para evitar tumultos. Assim que ele desceu, parou e respirou fundo. Nesse momento sentiu um arrepio estranho e parou apreensivo. Não deveria nada demais, assim sendo, ele entrou.
As crianças, alguns pais e os médicos e enfermeiros deles, o esperavam. A chegada dele foi uma festa e uma emoção imensas. Foram milhares de abraços, lágrimas e palavras de carinho. As crianças haviam feitos desenhos para dar de presente a eles. Elas se amontoavam e se sentavam ao redor dele, cada uma querendo lhe contar uma história, falar o quanto gostavam dele. Cantavam todas as suas músicas e o fizeram chorar quando lhes disseram que ouvir suas músicas lhes davam motivo para lutar contra a doença. Agradeciam ao Luan por existir, por cantar, por ajudá-las na recuperação, mesmo de longe. E lhe diziam que queriam como presente de Natal que ele jamais parasse de cantar. Para elas, era um sonho estar com ele. Isso o deixava muito emocionado. Crianças que sofriam com uma doença terrível mas no entanto, tinham suas dores amenizadas apenas pela existência dele. E isso não tinha preço. Era esse tipo de coisa que fazia com a que a vida dele valesse a pena. Essa era a maior vitória que um artista poderia ter. E ele se sentia honrado de estar entre elas, ao mesmo tempo em que elas se sentiam maravilhadas de estar ao lado do ídolo.
Crianças que antes de choravam e gemiam de dor, estampavam agora um sorriso no rosto. Crianças que sofriam, agora estavam mergulhadas em felicidades.
Era esse tipo de coisa que me fazia ver que tudo realmente tinha um tempo certo, estipulado por Deus para acontecer. Enquanto eu me lamentava por não conseguir abraçá-lo logo ou chorava por não conseguir ir a um show, essas crianças precisavam apenas ouvir sua voz para terem força para lutar. Esperavam calmamente por uma oportunidade de abraçá-lo. Acreditavam em Deus. Ás vezes eu me sentia bastante egoísta quando me comparava a essas pessoas, mas sabia que Deus conhecia meu coração e que me perdoaria por isso, era tudo fruto do meu amor infinito.
E foi então que uma enfermeira do hospital pegou o telefone e discou um número. E aguardou até que a outra pessoa atendesse e dissesse o “ Alô”.
- Bia ? Oi , sou eu, Flávia, a enfermeira aqui do hospital. Tudo bem?
- Ah, sim. Tudo. Éar... aconteceu alguma coisa com ela? Ela chorou de novo? Foi isso ? – Bia logo se preocupou. Afinal de contas, ninguém do hospital jamais havia ligado para ela.
- Não, não é isso. Na verdade estou ligando para lhe contar uma coisa. Muito boa por sinal.
- Ah é ? E o que é ?
- Eu conheço a história da sua amiga e a sua luta para ajudá-la. Sei que não vai acreditar. É uma obra do destino que não tem explicação. Você não imagina quem está aqui no hospital nesse momento.
- Quem ?
- Ele. Luan Santana.
Bia perdeu todas as suas forças e se sentou imediatamente. Incrédula e sem conseguir falar. Só ouvia sem conseguir pensar em nada.
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